sábado, 7 de maio de 2011

O Problema e a Solução


Cá estou eu, cumprindo a promessa de vos escrever umas linhas em tempos difíceis para o nosso Benfica.

Existe sem dúvida um problema.

Vários problemas, dirão alguns…

Parecem-me todos causas e/ou consequências de um mesmo problema, o qual passo a identificar: esta época foi uma desilusão.

Julgo que todos estamos tristes e até frustrados pelos resultados desportivos deste ano.

Principalmente porque no anterior jogámos, como afirmei m post anterior, um futebol agradável, por vezes artístico e acima de tudo, eficaz.

Jorge Jesus disse que ia pôr a equipa do Benfica a jogar o dobro do que jogava com Quique Flores e cumpriu.

Fizemos uma carreira razoável na Liga Europa 2009/2010, ganhámos a Taça de Liga e fomos campeões com todo o mérito e justiça, sendo a equipa que melhor e mais bonito futebol jogou em Portugal nesse ano.

Como tal, seria de esperar que a época seguinte, esta que ora termina, fosse consolidar o trabalho realizado anteriormente e o superasse.

Contudo, isto não aconteceu e os resultados são os que todos conhecemos.

Como solucionar o problema?

Alguns pedem já a cabeça do técnico Jorge Jesus, mas julgo que isso seria prejudicial.

Em primeiro lugar, se pensarmos que os fracos resultados desportivos desta época correspondem fracos resultados financeiros, o despedimento do treinador iria piorar ainda mais as contas deste ano, obrigando a um gasto de 7,5 milhões de euros (meio Salvio!).

A juntar ao aspecto monetário, juntemos-lhe o desportivo.

Neste campo, não têm sido brilhantes as consequências das chicotadas psicológicas, reiteradamente exigidas pelos adeptos benfiquistas, ao longo das duas últimas décadas.

Além do dinheiro que temos gasto em indemnizações, apenas uma vez conseguimos que tal operação resultasse em vitória no campeonato seguinte, precisamente com a chegada de Jorge Jesus, no campeonato transacto (Trapattoni não veio substituir qualquer treinador despedido, chegou para ocupar o lugar de Camacho, que saiu pelo seu próprio pé, para o Real Madrid).

Estou à vontade para falar deste assunto.

Nunca fui o maior defensor de Jorge Jesus.

Discordei até da sua escolha para treinador do Benfica, em substituição de Quique Flores (como poderão verificar por um post anterior, aqui neste mesmo blog) e vou mais longe, afirmando que considero ter Jorge Jesus sido ultrapassado, em métodos, motivação e até mesmo na tal táctica de que se considera mestre, por jovens treinadores portugueses como André Villas-Boas e Domingos.

Aliás, aqui está outra parte do problema.

Os benfiquistas andam tristes, não só porque apenas ganhámos uma mísera Taça da Liga, mas porque não chegámos à final da Liga Europa, que será jogada por duas equipas portuguesas, uma treinada por ex-jogador do Porto, muito provavelmente, o próximo treinador do Sporting e outra por um jovem de 33 anos (um “puto” da minha idade) em quem ninguém acreditava e com do qual nos riamos no início da época (lembro-me de comentários tais como “olha, olha, o Pinto da Costa está mesmo desesperado… não nos conseguiu levar o Jesus e tentou inventar aqui um Mourinho B, vai ser bonito, vai”), mas que conseguiu aquilo que nós conseguimos no ano passado, colocar a sua equipa a jogar um forte e eficaz futebol, dominando internamente, arrisca-se a igualar o nosso record de um campeonato sem derrotas, goleou-nos por 5-0, afastou-nos da Taça de Portugal, em nossa casa e tem grandes probabilidades de ganhar a Liga Europa.

Mas nós não somos o Porto ou o Sporting.

Quero dizer com isto que não nos podemos, nem devemos, frustrar com as vitórias dos outros.

Eles sim, portistas e sportinguistas, vincam a sua pequenez quando demonstram que são mais anti-benfiquistas do que adeptos dos seus próprios clubes.

Eu não odeio o Sporting, nem o Porto… eu amo o Benfica!

Mas voltando ao assunto “treinador”…

Se não tivéssemos tido a boa época que tivemos no ano passado, acharíamos desastroso acabar uma época em segundo lugar, com uma série de 18 vitórias consecutivas, chegar à meia-final da Taça de Portugal, ganhar a Taça da Liga e chegar à meia-final da Liga Europa?

Estaríamos certamente desiludidos e frustrados, também, mas penso que todos daríamos mais um ano de confiança ao Jorge Jesus, para que pudesse melhorar no ano seguinte.

Portanto, chegamos ao ridículo, de agora pedir o seu despedimento por ter, no ano anterior, feito um excelente trabalho e nos ter dado um campeonato!?

Não me esqueço do início deste campeonato e da forma como, nas mesmas jornadas, o Benfica foi prejudicado e o Porto, uma vez mais, escandalosamente ajudado.

Há uma coisa que aprendi na minha, curta, experiência política.

Quando há transferências de votos, de um sentido para o outro, estes passam a valer a dobrar.

Isto é, se 5 apoiantes da lista A passarem a apoiantes da lista B e se todos forem votar, a lista B passa a ganhar uma vantagem de 10 votos, pois terá mais 5 do que tinha anteriormente e a lista adversária passa a ter menos 5 do que contava ter.

Perdoem-me se parecer que estou a mudar de conversa, mas não.

Serve este exemplo para explicar como, bastam erros de arbitragem em, por exemplo, 3 jornadas, para que isso se consubstancie numa diferença pontual, não de 9, mas de possivelmente, 18 pontos.

Se na mesma jornada o Benfica perder por ter sido prejudicado e o Porto ganhar por ter sido ajudado, isto pode significar que, na mesma jornada, perdemos 6 pontos, por erros de arbitragem.

E isto sim, aconteceu algumas vezes no início da competição em 2010/2011.

Não me esqueço disto, mas isso não desculpa os erros cometidos por nós (e sim, digo nós, porque neste clube, quando perdemos, perdemos todos, não foi apenas a equipa, o plantel, os treinadores, ou a direcção que perderam, tal como, quando ganhamos, também ganhamos todos… Caso estejam esquecidos, olhem para o nosso emblema e leiam… E Pluribus Unum! Se não souberem o que significa, leiam o ponto 2 do artigo 5º dos estatutos do Sport Lisboa e Benfica).

Claro que o nosso destino é o de vencer e nenhum benfiquista gosta de ficar em qualquer lugar que não seja o primeiro.

Claro que a Taça da Liga é um título manifestamente inferior.

Claro que não gosto desta “gestão de plantel”, poupando jogadores para uma competição da qual fomos eliminados e para isso demitindo-nos de jogar pela vitória nos jogos do campeonato… para mim há sim diferença entre acabar a época a dez pontos do Porto, ou a vinte e tal.

Claro que será muito difícil alguma vez termos um grupo mais acessível na Liga dos Campeões, no qual apenas não ficámos em último lugar (e daí afastados da Europa) por resultados de terceiros.

Sabemos, então, que Jorge Jesus é capaz de coisas boas e más, de nos animar e de nos desanimar, de nos dar alegrias e de nos dar desilusões, de ganhar e de perder.

Neste momento está empatado.

Uma época boa e uma época má…

Em minha opinião, devemos dar-lhe a hipótese de desempatar.

Ele que mostre, na próxima época, se o verdadeiro Jorge Jesus é o de 2009/2010, ou se o de 2010/2011.

Se ganhar no próximo ano, penso que lhe podemos desculpar o que aconteceu no presente.

Se ganhar ano sim, ano não, também não será assim tão dramático...

Se daqui a dez anos Jorge Jesus ainda estiver no Benfica e olhando para trás, tiver um currículo de 5 campeonatos numa década, julgo que ninguém o criticará em demasia.

Outros atacam a direcção e pasme-se, há já um movimento de “adeptos” que se intitula “Benfica aos Benfiquistas”, a pedir eleições antecipadas e a convocar uma manifestação junto à estátua do Eusébio, para segunda-feira, dia em que o presidente Luís Filipe Vieira se vai dirigir aos benfiquistas numa comunicação.

Diz esse grupo de “adeptos” que aí irão pedir assinaturas para convocar uma reunião extraordinária da Assembleia Geral do clube, para pedir a já referida antecipação de acto eleitoral.

Coloquei a palavra adeptos em destaque, pois não são os adeptos do Benfica que decidem o futuro do clube… São os sócios do Sport Lisboa e Benfica!

Quando muito, são também os accionistas da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD.

Ora enquanto accionista da SAD e associado do clube, há 29 anos, considero que o clube está sempre acima da SAD, por isso repito, quem decide o futuro do Benfica são os sócios do Sport Lisboa e Benfica!

Será que esses “adeptos” são todos sócios do Sport Lisboa e Benfica?

Os que forem têm os seus direitos e deveres muito bem expressos nos já mencionados estatutos do Sport Lisboa e Benfica.

Estes, no seu artigo 17º, número 1, alínea f) reconhecem aos sócios o direito de “requerer a convocação de assembleias gerais extraordinárias”, sim, mas a alínea d) do número 2 da mesma alínea (e muito bem) ressalva que esse direito apenas aproveita “aos sócios efectivos com mais de dez anos consecutivos de filiação associativa”.

Será que esses “adeptos” correspondem a esta exigência?

Mais nos dizem os nossos estatutos, no número 3 do seu artigo 55º, segundo o qual exige, para a requisição de convocatória de uma Assembleia Geral extraordinária, “um número de sócios efectivos no pleno gozo dos seus direitos, cujos proponentes, na sua totalidade e na observância dos demais preceitos estatutários, perfaçam pelo menos dez mil votos”.

Será que esse “movimento de adeptos” conseguirá corresponder a estes critérios?

Será que algum outro sócio responsável os ajudará a conseguir esse seu objectivo?

Daqui já vos digo que, com os meus 50(!) votos não contarão, nem para subscrever essa convocatória, nem para, caso a Assembleia Geral pretendida se realizasse, contribuir para a confusão, a crítica fácil, a arruaça e o descrédito da instituição.

Mas está tudo doido!?

Querem cenas ridículas como as que se passaram nas eleições de outros clubes?

Querem desordem e instabilidade?

Acham que é nesse clima que se conseguirão os bons resultados que todos desejamos?

Esse suposto movimento chama-se “Benfica aos Benfiquistas”… Mas o Benfica é dos benfiquistas!

Aliás, é, repito-o, dos sócios do Sport Lisboa e Benfica!

Esses mesmos que há cerca de dois anos reelegeram democraticamente o presidente Luís Filipe Vieira com uma legitimação de mais de noventa por cento dos votos!

Tudo bem, que Luís Filipe Vieira prometeu para esta época os objectivos mais altos de sempre e acabaram esses mesmos desideratos por não serem alcançados.

Tudo bem que, como dizia ontem Toni, apesar da excelente gestão empresarial do universo Benfica, os resultados desportivos poderiam ser bem melhores.

Tudo bem que Luís Filipe Vieira não faz tudo bem.

Como qualquer humano, tem erros, mas se analisarmos justamente a sua prestação enquanto presidente do Benfica, o saldo é claramente positivo.

Querem arrivistas como Jaime Antunes?

Querem loucos como Bruno Carvalho?

Querem criminosos como Vale e Azevedo?

Já se esqueceram como estava o Benfica quando, em 2000, o corajoso Manuel Vilarinho pegou dos destinos do nosso clube?

A herança pesada que recebeu…

Um clube descrente, triste, perdedor… Uma instituição sem valores, irresponsável, pobre e desacretitada.

Sete anos (sete!) sem ganhar um único título.

E o que temos agora, depois de um mandato de Vilarinho e sete anos de presidência de Vieira?

Desportivamente, para além das 3 Taças de Liga, temos uma Taça de Portugal, 2 Campeonatos e ainda chegámos a uma meia-final de uma competição europeia.

É pouco para um clube como o Benfica?

Claramente que é, mas os resultados não chegarão sem o clube estar estruturado e esse trabalho que tem sido feito por Luís Filipe Vieira e as pessoas que o têm acompanhado neste seu trajecto no Benfica.

A situação financeira não é ainda a desejada (a de nenhum grande clube europeu, ou principalmente em Portugal, o é), mas é de longe mais saudável do que a que tínhamos anteriormente.

Temos crédito e bom nome na banca portuguesa e internacional.

Os nossos activos são valiosos e valorizam-se cada vez mais.

As nossas contas são auditadas e já não há dirigentes a, perdoem-me o tom coloquial, “meter ao bolso”.

Temos mais de 200.000 sócios, o maior clube do mundo, segundo o Guiness Book of World Records.

Temos um estádio moderno, funcional, elogiado internacionalmente e que foi palco de uma final de um Campeonato da Europa de Futebol.

Esse nosso complexo desportivo alberga ainda umas excelentes piscinas, um health club, uma confortável zona comercial e dois pavilhões com todas as condições para a prática das nossas outras modalidades, que sublinham o ecletismo do nosso clube.

O nosso projecto olímpico é um exemplo, com títulos nacionais, europeus, mundiais e até uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.

Temos um, também exemplar, centro de estágio, elogiado por todos os profissionais, muitos deles que já passaram por outro grandes clubes europeus e o colocam entre os melhores.

Temos, no Laboratório de Optimização de Rendimento Desportivo, as mais avançadas técnicas científicas ao serviço da nossa equipa profissional de futebol, cujos atletas são sujeitos a análises sanguíneas semanais e testes físicos personalizados bimensais, com sugestão de treino e metodologia adaptada a cada jogador.

O Departamento de Reserva, Conservação e Restauro, em parceria com a ARGO, encontra-se a inventariar e a recuperar todo o acervo patrimonial do Benfica, permitindo que em breve se concretize uma das promessas do presidente Luís Filipe Vieira e um dos meus maiores desejos, a abertura do museu do Sport Lisboa e Benfica, o Museu Cosme Damião, cuja realização se encontra também a ser elaborada com a parceria da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e que fará uso das mais avançadas práticas museológicas.

A nossa História é aliás, valorizada, como nunca antes, assim como as nossas referências, o que se verifica nas constantes e merecidas homenagens a todas as nossas velhas glórias, que não só não são esquecidas, mas antes acarinhadas e tido como um exemplo para os actuais profissionais e mesmo para todos os benfiquistas.

Temos algumas dessas referências a trabalhar no e para o clube, como Rui Costa no cargo de Director Desportivo, os treinadores adjuntos da equipa principal e alguns dos técnicos das camadas jovens.

Em vez de equipas sofríveis, com jogadores do calibre de Michael Thomas, Gary Charles, Tahar, ainda que muitas vezes nos queixemos, temos tido jogadores como Luisão, Di Maria, Simão Sabrosa, Kasouranis, Karagounis, Rui Costa, David Luiz, Maxi Pereira, Ramires, Gaitán, Cardozo, Fábio Conetrão, Carlos Martins, Saviola, ou Aimar, jogadores internacionais pelos seus países, de qualidade indiscutível.

Fomos inovadores no naming diferenciado das bancadas do estádio.

Fomos inovadores na criação do Kit Sócio, que financeira e associativamente, tão bons resultados tem dado.

Fomos inovadores em Portugal na criação de um canal televisivo de um clube de futebol e é o único no mundo que gera receitas.

Apesar de estarmos ainda vinculados a um contrato muito desfavorável, ao nível dos direitos televisivos, os quais nos dão cerca de 20% de receitas, conseguimos, pelo menos duas vezes, nestes últimos dez anos, estar entre os 20 clubes que mais receitas geraram em cada ano, sendo que cada um dos restantes 19 clubes tem mais de 60% da sua receita gerada por transmissões televisivas.

Esses mesmos direitos estão a ser renegociados e daqui a dois anos, em vez dos actuais 8 milhões, passaremos a encaixar entre 30 a 40 milhões de euros por época.

Dito isto, parece-me que o balanço da, até agora, presidência de Luís Filipe Vieira, com grandes prejuízos para a sua vida pessoal, nomeadamente a nível de saúde, no Benfica é claramente positivo e que nos dá esperanças no futuro.

Parece também que podemos, pois, retirar, de tudo quanto se escreveu antes, que o problema não é o treinador, nem o presidente, mas sim o insucesso que tivemos nesta época, o que se enquadra numa temática maior que é a da necessidade de maiores e melhores resultados desportivos.

Identificado o problema, qual é então a solução?

Manter o que se tem feito bem e melhorar o tem sido feito mal.

Manter o presidente e a sua equipa, pois a estruturação do clube que têm feito é essencial para que os resultados desportivos apareçam.

Dar mais uma oportunidade ao treinador, para que se redima dos erros desta época e possa repetir o bom futebol do ano passado.

Explicar-lhe que o Benfica só o vai conseguir, se entrar em campo, como em 209/2010, sempre para ganhar, ao ataque, não tentando gerir resultados e ir procurar a bola em todos os momentos, para ir sempre à procura de mais um golo.

Equilibrar um pouco mais a equipa, havendo concorrência real para os laterais titulares, não desperdiçando valores para outras posições como Rodrigo, emprestado ao Bolton e Urreta, também cedido por empréstimo, para ter jogadores de menor valor no banco.

Em minha opinião, há que não ter medo em apostar em jovens jogadores portugueses.

Já aqui escrevi outro post, no qual referia o sucesso que as nossas equipas de formação têm tido e o facto de, por exemplo, há exactamente dois anos, a Selecção Nacional de sub 19 ter, em 25 jogadores, 9 do Benfica (o Sporting tinha 5 e o Porto 4), de nessa mesma época termos sido campeões de juniores, de há um mês o Benfica ter cedido 10 jogadores à Selecção Nacional de sub 16 (com 3 do Sporting e 2 do Porto).

Temos jogadores jovens, do Benfica, emprestados a clubes de futebol profissional, como o Miguel Rosa, o David Simão e o Nélson Oliveira, a jogarem bem e que merece uma oportunidade de estarem na equipa principal da equipa que os formou e que, em minha opinião, não fariam muito pior que o Jara, o Kardec, o Menezes, ou o Peixoto.

Parece-me que temos de comprar o Salvio,

Mas para tudo o que falei nos últimos cinco parágrafos, parece-me importante reforçar o papel e o poder do Director Desportivo, deixando para o treinador apenas o trabalho de campo, não o afastando, obviamente, do processo de compras, vendas e cedências de jogadores, mas que tenha apenas um papel consultivo e não decisório.

Anuncia hoje um jornal que poderá haver a hipótese de Humberto Coelho vir a reforçar a estrutura de futebol do Benfica…

Não sei se será boa ideia.

Sou insuspeito, pois a minha admiração, pessoal e profissional, por Humberto Coelho é enorme.

Apenas não sei se será o momento e o lugar certo para ele.

Veria com bons olhos, no futuro, ter Humberto como treinador, ou director desportivo (caso Rui Costa ascendesse a outros cargos), ou até mesmo presidente e temo que a sua inclusão agora na estrutura venha a impedir que isso alguma vez aconteça.

Temo ainda que a sua entrada venha um pouco esvaziar as funções de Rui Costa.

No entanto, é Luís Filipe Vieira e a sua equipa que gerem todos os dias o destinos do nosso Benfica, eles sabem melhor do que ninguém o lá dentro se passa e quais as necessidades que o clube tem.

Caso Humberto Coelho, um dos melhores centrais do futebol mundial, que está entre os 25 defesas de sempre que mais marcaram golos, para muitos o grande capitão do Benfica, depois de José Águas e de Mário Coluna, com sucesso desportivo enquanto jogador, seleccionador nacional (foi quando vi a Selecção a jogar o melhor futebol) e na gestão da sua vida privada, venha trabalhar no futebol profissional do Benfica, desejo então que as funções de todos fiquem muito bem explícitas, para que ninguém se atropele e todos juntos remem para o mesmo lado e so resultados apareçam.

Sobretudo, há que não perder a cabeça, confiar no futuro e todos darmos o nosso contributo positivo para que em breve voltemos a ganhar e com regularidade.

E que as nossas gargantas, em vez de serem utilizadas para ofensas gratuitas em protestos irreflectidos, fruto de infantilidades e/ou sede de protagonismo, sirvam para na próxima época estarmos de novo todos no Estádio da Luz a gritar:

VIVA O BENFICA!

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